Na trilha desbravada por Raul Seixas, Cazuza, Titãs e todos os grandes nomes do rock brasileiro. À margem da música comercial, tediosa e apolítica que as rádios e a mídia em geral tentam nos empurrar goela abaixo, eis que surge na cidade de Januária - MG, a “Trilha da Margem”. Enfim, uma banda de rock de verdade, como já não se via há muito tempo. Formada em 2013 por: Isaias Benício (vocais/guitarra), Weslen Santos (baixo), Rubens Costa (guitarra) e Pedro Carneiro (bateria). Atualmente conta com Rodrigo Guedes no Contrabaixo. A banda lançou a sua primeira demo com 4 músicas, e um disco com músicas autorais e couvert. Apesar do seu pouco tempo de existência, vem conquistando fãs em todo o norte de Minas, que se empolgam desde a primeira audiência das músicas. Como ouvir e não sair cantarolando “Se até a loucura já usa etiqueta/doido mesmo é ser careta” - refrão de “Demodê”, ou não se empolgar com a cozinha pesada e os versos dilacerantes de “Universalização do Saber”, não se deleitar com o lirismo e a beleza melódica de “Inocentes”, a verdade crua e a guitarra precisa do grande Rubens Costa em “Coluna Social”? A banda empolga o ouvinte não só pela excelente qualidade musical, mas também pela força e a beleza do texto, enxuto, cortante, poético em tempo integral, denunciando a miséria nacional e os valores decadentes de uma sociedade opressora, a busca e o valor em si mesmo. A existência dentro de um esquema montado bem antes, como denuncia o verso: “Desde criança nos ensinam que a vida é séria e que devemos colher nossa porção de miséria” (Universalização do Saber). Afinal, na “trilha” das grandes influencias da banda, além de gente como: Led Zeppelin,Doors, Legião Urbana, Beatles, Joy Division, Pink Floyd, Pixies, Engenheiros do Hawaii, Hanói Hanói e os já citados: Raul, Cazuza e Titãs, caminham também os grandes mestres da arte, da literatura e da filosofia, pois as letras nos fazem mergulhar no universo psicodélico de poetas malditos como: Rimbaud e Augusto dos Anjos, na desilusão esperançosa de Fernando Pessoa, na eterna busca de vida e na contestação social dos escritores e poetas da geração beat, no existencialismo de Sartre e na incansável busca da verdade em Nietzche. E esta miscelânea toda de influencias faz da banda uma das mais originais e interessantes surgidas no cenário, daquelas que “dá gosto de ouvir”. Uma banda de rock para apertar o play e escutar no volume máximo, se embriagar com versos que realmente dizem algo, se encantar com uma receita simples, que leva, sobretudo, baixo, bateria, guitarra e poesia cuspida, música dissonante, de alma universal, apesar de feita ”longe demais das capitais”.Nas palavras do próprio vocalista Isaías "Nós não estamos no coração de Minas, não fazemos parte do centro, mas acreditem, nossa música é da alma... Isso, uma Trilha da Margem, uma trilha à margem”.
Endereço:
Praça Artur Bernardes 26 , Centro Januária/MG BR